Apple e Goldman Sachs condenadas a pagar US$ 89 milhões por falhas no Apple Card


O Consumer Finance Protection Bureau multou a Apple e a Goldman Sachs por lidarem incorretamente com cobranças contestadas e enganarem os clientes. O logotipo da Apple está pendurado na frente de uma loja da Apple em Chicago em março.

Quando a Apple anunciou que lançaria o Apple Card em 2019, prometeu “um novo tipo de cartão de crédito” que foi “projetado para ajudar os clientes a ter uma vida financeira mais saudável”.

Agora, os reguladores governamentais dizem que a Apple e o seu parceiro Goldman Sachs causaram danos a centenas de milhares de titulares de cartões ao lidarem mal com transações contestadas e ao utilizarem práticas de marketing enganosas.

O Consumer Financial Protection Bureau, uma agência federal, ordenou que as empresas pagassem um total de 89 milhões de dólares em multas e reparação às pessoas afetadas. O CFPB também proibiu a Goldman Sachs de lançar um novo cartão de crédito, a menos que forneça “um plano credível” de que o produto cumprirá a lei.

“As empresas violaram as leis de proteção financeira do consumidor por meio de suas práticas relacionadas ao Apple Card”, disse o diretor do CFPB, Rohit Chopra, em comentários preparados na quarta-feira. “Isso levou a cobranças injustas, disputas mal tratadas e relatórios de crédito danificados.”

O CFPB afirma que as empresas prejudicaram os consumidores ao não processarem transações contestadas, o que significa que os titulares dos cartões foram responsabilizados injustamente pelas cobranças.

O Goldman muitas vezes deixou de investigar as disputas enviadas pela Apple, prejudicando os relatórios de crédito dos titulares dos cartões, diz a agência. As empresas também comercializavam financiamento sem juros se as pessoas usassem o cartão para comprar dispositivos Apple, mas muitos titulares de cartão que esperavam ser inscritos automaticamente foram cobrados juros.


Quando o Apple Card foi anunciado com o parceiro Goldman Sachs em março de 2019, ele foi elogiado por ajudar os clientes a ter uma vida financeira mais saudável. Mas os reguladores dizem que o atendimento ao cliente do cartão foi uma bagunça, causando uma série de danos aos titulares do cartão.

Uma investigação do CFPB encontrou violações da Lei de Proteção Financeira do Consumidor e da Lei da Verdade nos Empréstimos.

“Essas falhas não são meros detalhes técnicos”, acrescentou Chopra. “Eles resultaram em danos reais a pessoas reais.”

O CFPB multou o Goldman em US$ 45 milhões e ordenou que ele pagasse US$ 20 milhões em indenização aos clientes. Enquanto isso, a Apple foi multada em US$ 25 milhões.

Quando foi lançado, o Apple Card representou um novo impulso no crédito ao consumidor tanto para o gigante da tecnologia quanto para o gigante de Wall Street. Mas o CFPB descreve uma pressa para lançar o cartão, apesar de uma série de problemas que acabaram prejudicando os usuários.

Em declarações à NPR, tanto a Apple quanto a Goldman Sachs defendem o cartão como amigável ao consumidor.

“Trabalhamos diligentemente para enfrentar certos desafios tecnológicos e operacionais que enfrentamos após o lançamento e já os lidamos com os clientes impactados”, disse Nick Carcaterra, porta-voz da Goldman Sachs, acrescentando que a empresa está satisfeita por chegar a uma resolução com o CFPB.

A Apple disse que trabalhou em estreita colaboração com o Goldman Sachs para resolver os problemas e ajudar os clientes.

“Embora discordemos veementemente da caracterização da conduta da Apple feita pelo CFPB, nos alinhamos com eles em um acordo. Esperamos continuar a oferecer uma ótima experiência aos nossos clientes do Apple Card”, disse um porta-voz da Apple.

A Apple está supostamente em negociações com outros bancos sobre a aquisição do programa de cartão de crédito do Goldman Sachs.