Ataque israelense mata 5 jornalistas palestinos em Gaza, dizem autoridades: NPR


Parentes e amigos lamentam os corpos de cinco jornalistas palestinos que foram mortos por um ataque aéreo israelense na cidade de Gaza, no Hospital Al-Aqsa, em Deir al-Balah, na quinta-feira.

DEIR AL-BALAH, Faixa de Gaza – Um ataque israelense matou cinco jornalistas palestinos do lado de fora de um hospital na Faixa de Gaza durante a noite, disse o Ministério da Saúde na quinta-feira. Os militares israelenses disseram ter como alvo um grupo de militantes.

O ataque atingiu um carro em frente ao Hospital Al-Awda, no campo de refugiados de Nuseirat, na parte central do território. Os jornalistas trabalhavam para a rede local de notícias Quds.

Os militares disseram ter como alvo um grupo de combatentes da Jihad Islâmica, um grupo militante aliado do Hamas, cujo ataque de 7 de outubro de 2023 ao sul de Israel desencadeou a guerra. Imagens da Associated Press mostraram a carcaça incinerada de uma van, com marcas de imprensa ainda visíveis nas portas traseiras.

Vários jovens compareceram ao funeral fora do hospital, muitos deles chorando. Os corpos estavam todos envoltos em mortalhas brancas, com coletes de imprensa azuis sobre eles.

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas afirma que mais de 130 repórteres palestinos foram mortos desde o início da guerra. Israel não permitiu que repórteres estrangeiros entrassem em Gaza, exceto em missões militares.

Israel proibiu a rede pan-árabe Al Jazeera e acusou seis dos seus repórteres em Gaza de serem militantes. A emissora com sede no Qatar nega as acusações e acusa Israel de tentar silenciar a sua cobertura de guerra, que se concentrou fortemente nas vítimas civis das operações militares israelitas.

Separadamente, os militares disseram que um soldado da reserva de 35 anos foi morto durante combates no centro de Gaza na manhã de quinta-feira. Um total de 389 soldados foram mortos em Gaza desde o início da operação terrestre, há mais de um ano.

A guerra começou quando militantes liderados pelo Hamas invadiram a fronteira num ataque surpresa a bases militares e comunidades agrícolas próximas. Mataram cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e raptaram cerca de 250. Cerca de 100 reféns ainda se encontram em Gaza, dos quais pelo menos um terço se pensa estarem mortos.

A ofensiva aérea e terrestre de Israel matou mais de 45 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde. Diz que mais de metade das vítimas mortais foram mulheres e crianças, mas não diz quantos dos mortos eram combatentes. Israel afirma ter matado mais de 17 mil militantes, sem fornecer provas.

A ofensiva causou destruição generalizada e expulsou cerca de 90% da população de 2,3 milhões de habitantes. Centenas de milhares de pessoas estão amontoadas em acampamentos miseráveis ​​ao longo da costa, com pouca proteção contra o inverno frio e chuvoso.