Bitcoin atinge US$ 100 mil pela primeira vez. 3 coisas para saber sobre um passeio incrível


Trump faz um discurso de abertura na conferência Bitcoin 2024 em Nashville, em 27 de julho de 2024. O Bitcoin subiu desde a eleição de Trump em meio à esperança de que ele inaugurará uma administração amigável aos seus interesses.

O Bitcoin atingiu US$ 100 mil pela primeira vez na quarta-feira, um marco notável para uma criptomoeda criada há mais de 15 anos a partir do que era essencialmente uma codificação de computador criada em circunstâncias misteriosas.

O aumento foi simplesmente espetacular. O valor do bitcoin mais que dobrou este ano, turbinado pela eleição de Donald Trump.

É fácil perceber porquê. Trump prometeu tornar os EUA “a capital criptográfica do planeta”, trazendo reguladores amigáveis ​​e encerrando as duras ações de fiscalização tomadas contra o setor sob o presidente Joe Biden.

Na verdade, o bitcoin atingiu a marca de US$ 100.000 depois que Trump escolheu o apoiador da criptografia Paul Atkins como o próximo presidente da Comissão de Valores Mobiliários no início do dia, aumentando a esperança de um policial de Wall Street mais amigável para a indústria.

Trump também propôs uma “reserva estratégica” criptográfica, potencialmente transformando o país em um investidor direto de criptomoedas. Sua família ainda tem interesses financeiros em um empreendimento criptográfico.

Os investidores em criptografia podem estar torcendo por Trump – mas os críticos estão dando alarmes.

As criptomoedas há muito têm um histórico de fraudes e golpes, como deixou claro o colapso da exchange de criptomoedas FTX em 2022. E eles têm sido notoriamente voláteis. Alguns críticos acreditam que podem até representar um risco para o sistema financeiro do país.

Aqui estão três coisas que você deve saber sobre a jornada espetacular do Bitcoin.

Como o mundo criptográfico foi abalado pela eleição de Donald Trump

Para o bitcoin, o retorno de Trump à Casa Branca promete ser uma virada de jogo. Os preços subiram desde o dia das eleições, com a recuperação ganhando força antes mesmo de Trump ser eleito, enquanto os investidores antecipavam a sua vitória.

Tem sido uma recuperação notável para uma criptomoeda criada por um personagem misterioso – ou personagens – chamado Satoshi Nakamoto, cuja identidade real não foi revelada até agora.

Trump já foi um cético em relação às criptomoedas, chamando-as de “fraude” e dizendo à Fox Business que elas eram “potencialmente um desastre esperando para acontecer”.

As coisas mudaram.

Trump cortejou avidamente os votos da indústria de criptografia, prometendo inaugurar uma administração favorável à criptografia. Na quarta-feira, ele nomeou Atkins para substituir o atual presidente da SEC, Gary Gensler, que antagonizou a indústria de criptografia com ações agressivas de fiscalização, especialmente contra participantes importantes. Gensler havia dito no mês passado que renunciaria em 20 de janeiro, dia da posse de Trump.

Espera-se também que Trump nomeie reguladores com ideias semelhantes noutras agências importantes para o sector, como a Commodity Futures Trading Commission.

Além de apoiar Trump, o setor cripto gastou milhões para eleger pessoas amigas para o Congresso. Esses esforços incluíram ajudar o republicano Bernie Moreno, um empresário que expressou apoio às criptomoedas, a derrotar o senador democrata Sherrod Brown em Ohio. Brown é o presidente do Comitê Bancário do Senado e é cético em relação às criptomoedas.

Os republicanos também controlarão o Congresso no próximo ano, alimentando esperanças no setor criptográfico de regulamentações muito mais favoráveis.


Executivos da empresa de investimentos BlackRock tocam o sino de abertura quando os fundos de investimento vinculados ao bitcoin são lançados na Nasdaq Exchange em 11 de janeiro de 2024 na cidade de Nova York. O lançamento desses fundos de investimento ajudou o bitcoin a se tornar mais popular.

Espera-se que a recuperação continue – mas pode ser volátil

A rapidez da recuperação do bitcoin nas últimas semanas fez com que os investidores esperassem por mais ganhos. Mas não estão optimistas apenas por causa de Trump e do Congresso Republicano.

O Bitcoin está se tornando mais popular, especialmente desde o início deste ano, quando Gensler aprovou relutantemente o lançamento de fundos de investimento vinculados ao bitcoin (chamados fundos negociados em bolsa) que podem ser detidos por investidores médios.

Estes fundos revelaram-se populares, com activos globais a subirem para mais de 100 mil milhões de dólares. Isso está aumentando a demanda por bitcoin.

No entanto, as criptomoedas são notoriamente voláteis. A indústria também assistiu a implosões espetaculares. A FTX, que já foi a maior exchange de criptomoedas do mundo, faliu em 2022 e seu fundador e CEO, Sam Bankman-Fried, foi condenado por fraude por roubar bilhões em dinheiro de clientes. Bankman-Fried foi posteriormente condenado a 25 anos de prisão.

Os críticos estão alarmados

A história volátil e conturbada das criptomoedas alarmou muitos críticos.

Dennis Kelleher, presidente e CEO do grupo de defesa Better Markets, teme que os investidores médios possam ser atraídos pelas promessas de riqueza e acabem sendo vítimas de fraudes.

“A criptografia é a prioridade dos cripto bilionários que estão enriquecendo por meio de especuladores e jogadores com criptografia. E, francamente, há muitos deles enriquecendo devido a atividades criminosas, desde lavagem de dinheiro até financiamento de terroristas e estados desonestos e evasão fiscal”, Kelleher disse em uma entrevista recente à NPR.

“Mas todo esse dinheiro vem dos bolsos de pessoas que estão sendo enganadas, fazendo-as pensar que este novo produto financeiro em particular tem algum valor, ou valor, quando na verdade nada mais é do que um veículo para especulação”, acrescentou.

Se regulamentações mais flexíveis ajudarem a tornar as criptomoedas mais populares, elas poderão tornar-se ainda mais integradas no sistema financeiro do país, aumentando a perspectiva de maior volatilidade e potencialmente até de crises financeiras, alerta Kelleher.

“O relógio começará a contar para um colapso financeiro catastrófico que, na minha opinião, será muito pior do que 2008”, disse Kelleher, referindo-se à crise financeira global daquele ano. “É só uma questão de tempo.”

Reportagem adicional de Maria Aspan