CEO da Stellantis renuncia enquanto montadora continua lutando contra queda nas vendas


O CEO Stellantis Carlos Tavares fala durante o Paris Automotive Summit à margem do Salão do Automóvel de Paris, em Paris, no dia 15 de outubro.

NOVA IORQUE – O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, está deixando o cargo depois de quase quatro anos no topo da montadora, que possui marcas de automóveis como Jeep e Ram, em meio a uma luta contínua com a queda nas vendas.

A quarta maior montadora do mundo anunciou que seu conselho aceitou a renúncia de Tavares no domingo. Ele deixará o cargo de presidente-executivo imediatamente.

Stellantis observou no domingo que o processo para nomear um novo CEO permanente está “bem encaminhado”. Entretanto, a empresa afirma que será criado um novo comité executivo interino, liderado pelo presidente John Elkann.

Como chefe da PSA Peugeot, Tavares assumiu o controle da empresa sediada na Holanda em janeiro de 2021 – quando esta se fundiu com a Fiat Chrysler Automobiles. As suas operações na América do Norte têm sido a principal fonte de lucros da empresa, mas a Stellantis tem enfrentado dificuldades este ano no meio de grandes mudanças no mercado.

A Stellantis registrou queda de 27% nas receitas líquidas no terceiro trimestre no início deste ano, já que lacunas no lançamento de novos produtos e ações para reduzir estoques também reduziram as remessas globais de novos veículos em 20%.

A montadora reportou receitas líquidas de 33 bilhões de euros (quase US$ 36 bilhões) no período de três meses encerrado em 30 de setembro, abaixo dos 45 bilhões de euros no mesmo período do ano anterior. Todas as regiões, exceto a América do Sul, registaram quedas de receitas de dois dígitos – lideradas pela América do Norte, que caiu 42%, para 12,4 mil milhões de euros. As receitas da Europa caíram 12%, para 12,5 mil milhões de euros.

Nos últimos meses, Tavares tem sido criticado por concessionários norte-americanos e pelo sindicato United Auto Workers, após relatórios de desempenho financeiro sombrios.

Além dos EUA, os legisladores em Itália questionaram o antigo executivo-chefe sobre os planos de produção da empresa em Outubro – quando o governo de extrema-direita do país acusou a empresa de transferir fábricas de montagem para países de baixo custo.

Nos esforços para relançar as vendas, a Stellantis fez anteriormente uma série de mudanças de liderança em outubro. Na época, a empresa esperava que Tavares deixasse o cargo no início de 2026, próximo ao final de seu contrato de cinco anos.

Além da Jeep e da Ram, o portfólio da Stellantis também inclui marcas como Chrysler, Dodge e Citroën.