Navient chega a acordo de US$ 120 milhões por enganar tomadores de empréstimos estudantis


A Navient, uma das maiores administradoras de empréstimos estudantis do país, chegou a um acordo de US$ 120 milhões com o Consumer Financial Protection Bureau — resultando na proibição permanente da empresa de prestar serviços a empréstimos estudantis federais.

A Navient, que já foi uma das maiores prestadoras de serviços de empréstimos estudantis do país, chegou a um acordo de US$ 120 milhões com o Consumer Financial Protection Bureau (CFPB), o que resultou na proibição permanente da empresa de prestar serviços de empréstimos estudantis federais.

Em um acordo anunciado na quinta-feira, o CFPB diz que a Navient teria que pagar uma multa de US$ 20 milhões e fornecer US$ 100 milhões em alívio para os tomadores de empréstimo afetados. O bureau diz que enviará cheques para tomadores de empréstimo qualificados, que não precisam tomar nenhuma ação neste momento.

O CFPB não detalhou quanto os mutuários qualificados receberiam em termos de pagamentos.

“Durante anos, os principais executivos da Navient lucraram muito explorando estudantes e contribuintes”, disse o diretor do CFPB, Rohit Chopra, em um comunicado.

“Ao proibir a notória gigante dos empréstimos estudantis de atender empréstimos estudantis federais e garantir o encerramento dessas operações, o CFPB finalmente colocará fim aos anos de abuso”, acrescentou.

O acordo encerra o ciclo de uma ação judicial de 2017 movida pelo departamento, que alegava que a empresa sediada na Virgínia (que foi desmembrada da administradora privada de empréstimos estudantis Sallie Mae) enganou os tomadores de empréstimos estudantis e processou seus pagamentos incorretamente.

Em um relatório detalhado, o bureau argumentou que a Navient violou o Consumer Financial Protection Act, o Fair Credit Reporting Act e o Fair Debt Collection Practices Act. Além disso, o CFPB alega que a Navient enganou e prejudicou tomadores de empréstimos estudantis ao:

  • Enganar os mutuários sobre planos de reembolso baseados na renda
  • Processamento de pagamento malfeito
  • Prejudicando o crédito de mutuários incapacitados, incluindo veteranos gravemente feridos
  • Enganar os mutuários sobre os requisitos da Navient para liberação do co-signatário
  • E enganar os mutuários sobre a melhoria das pontuações de crédito e as consequências da reabilitação dos empréstimos federais estudantis

Na época, a Navient era uma das maiores empresas contratadas pelo Departamento de Educação dos EUA para atender empréstimos federais estudantis. Mas em julho de 2021, a empresa anunciou que não atenderia mais empréstimos federais estudantis.

O antigo fornecedor de empréstimos estudantis atendeu empréstimos para mais de 12 milhões de tomadores e aproximadamente US$ 300 milhões em empréstimos estudantis federais e privados, disse o CFPB.

A Navient, que se separou da Sallie Mae há 10 anos, disse em um comunicado que o acordo deixa “essas questões de décadas para trás”. A empresa disse que não concorda com as alegações do CFPB.

“Embora não concordemos com as alegações do CFPB, esta resolução é consistente com nossas atividades futuras e é um marco positivo importante em nossa transformação da empresa”, disse Navient.

Em 2022, a Navient fechou um acordo com 39 procuradores-gerais estaduais e concordou em cancelar US$ 1,7 bilhão em dívidas de empréstimos estudantis de cerca de 66.000 mutuários.

O acordo de 2022 encerrou outra longa disputa judicial com estados onde a Navient enfrentou duas acusações graves.

Na época, a empresa foi acusada de direcionar tomadores de empréstimos estudantis para tolerâncias caras em vez de planos de pagamento mais flexíveis e baseados em renda. A empresa também enfrentou alegações de que sua antiga proprietária, a Sallie Mae, havia feito empréstimos privados subprime para tomadores vulneráveis ​​que ela sabia que provavelmente entrariam em default.

Como parte desse acordo, a Navient concordou em pagar US$ 95 milhões para que os estados oferecessem algum reembolso aos mutuários afetados — aproximadamente US$ 260 cada para 350.000 mutuários.